sábado, 26 de março de 2011

No horizonte dobrou a esquina.



O nômade está dentro do Império, mas não compactua com ele. Ele circula e se relaciona com os agentes do Império, mas sempre procurando as fissuras dentro sistema a fim de aumentar as rachaduras e fazer tudo quebrar. Ele não faz um combate frontal com o inimigo, pois sabe que isso é gastar energia em vão. O nômade olha na diagonal, desvia o jogo e subverte-lhe o sentido. Em contra-partida, busca realizar agenciamentos com a resistência e construir territórios alternativos, onde o Império não possua o controle. Cria novos desejos e novas práticas onde a tônica não seja o valor de troca, mas o valor de uso. O Nômade é sempre o mesmo e sempre em mudança, ressiginificando suas práticas, olhando sobre novos pontos de vistas, dando espaço para o novo , a fruição e novas formas de ser. Ele sabe que não é prática revolucionária e sim processo. Quando percebe que o seu andar está muito repetitivo, que não consegue ver além das mesmas palmeiras e das mesmas montanhas, busca uma linha de fuga e procura novos ares. Sabe que sua capacidade de esquecer é mais importante do que a de lembrar, pois não dá para encher um copo vazio, nem inventar um novo mundo sem abandonar o antigo. Segue solitário e atento aos perigos do deserto. Aves de rapina observam-no e a morte aguarda na próxima esquina. A tempestade de areia assusta os desavisados, mas o nômade segue em frente. Ele sabe onde encontrar a água, abrigo e afeto. Após a montanha existe um tribo e ele ficará por lá durante um tempo. Eles produzem novas coordenadas de enunciação que o nosso amigo não conhecia, da mesma forma que o nômade também possue práticas que essa tribo não conhece. Eles cambiam. O Nômade fica por alí, encontrou aguá e afeto, mas sabe que quando a monotonia chegar é a hora dele partir.O nômade, a exemplo do esquizo, é o desterritorializado por excelência, aquele que foge e faz tudo fugir. Ele faz da própria desterritorialização um território subjetivo.

2 comentários:

  1. Pode contar com a
    Biblioteca Comunitária Solano Trindade,
    é caminhada é nossa, e a luta uma só!

    ResponderExcluir
  2. Valeu pela força, Antônio!
    Deixa eu acertar umas coisitas aqui na rádio e logo vc virá no programa pra gente bater um papo.
    Abrço

    ResponderExcluir